Hoje trago uma surpresa para vocês, um quadro novo para o canal chamado Retro Review, será uma colaboração com um amigo meu, o Omar. Vamos trazer análise de vários jogos clássicos, desde os mais famosos aos mais desconhecidos :) Para começar bem e comemorar os 25 anos de lançamento, vamos de Chrono Trigger.

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Olá pessoal tudo bem com vocês? Hoje vamos começar o Retro Review um novo quadro aqui no canal Mão na Luva, onde iremos trazer análises e curiosidades a respeito de jogos antigos. Desde os grandes clássico, aos mais desconhecidos deste universo gamer. Eu sou o DK e irei guiar vocês nesta viagem ao passado.

Chrono Trigger completa 25 anos neste mês de Março, então nada mais justo que começar por ele. O jogo é um RPG Japonês, lançado originalmente para Super Nintendo em 1995 e depois ganhou várias versões em outras plataformas no decorrer dos anos. Foi licenciado pela Nintendo e desenvolvido pela Square Soft, atual Square Enix.

Aclamado pela crítica até os dias de hoje, Chrono figura em listas dos cem melhores jogos de todos os tempos de diversas publicações, tendo a Famitsu como maior destaque. É inegável as qualidades do clássico da Square.

Chrono Trigger começou a ser pensado em 1992 por Hironobu Sakaguchi, que a maioria de vocês deve conhecer como o pai da lendária série Final Fantasy, ele queria fazer um novo RPG que envolvesse viagens no tempo, mas ele queria algo diferente do que já havia sido feito antes no mercado... Então para isso ele precisaria dos melhores entre os melhores a equipe definitiva...

A Equipe dos Sonhos.
A Equipe dos Sonhos foi composta por vários membros, vamos ver aqui os principais:

Hironobu Sakaguchi - veio da série Final Fantasy
Yuji Hori - Que veio da série Dragon Quest
Akira Toryama - Famoso artista, pai da séries de Dragon Ball
Kazuhiko Aoki - tambem veio da série Final Fantasy
Nobuo Uematsu - Compositor Musical, fez trilhas para Final Fantasy
Yasunori Mitsuda - Compositor Musical, fez trabalhos para Front Mission, Xenosaga entre outros

É interessante falar sobre uma curiosidade que aconteceu no desenvolvimento do aspecto musical de Chrono Trigger, algo que envolveu o Nobuo Uematsu e o Yasunori Mitsuda.
Yasunori Mitsuda é um famoso compositor de músicas de games de grande sucesso: Front Mission Xenosaga entre outros clássicos. Nesse caso é o seguinte, para o Chrono Trigger Nobuo Uematsu havia sido chamado para realizar a trilha, mas Mitsuda tinha uma pequena contenda com a Square em relação a projetos e salário, ele queria participar do próximo projeto da empresa, então Sakaguchi o convocou para compor para Chrono Trigger e pelo o que contam, Mitsuda se esforçou tanto na produção, inclusive dormindo no estúdio para concluir o trabalho que acabou tendo uma Úlcera no Estomago, sendo hospitalizado, antes de concluir o projeto... Conclusão... Nobuo Uematsu foi chamado para finalizar as músicas.
Essa equipe dos sonhos como ficou conhecida, depositou toda as suas forças na produção daquele que se tornaria uma lenda dos RPGs até os dias de hoje.

Chrono Trigger possui uma história que envolve viagens no tempo, futuro pós apocalíptico, salvar o mundo e na minha opinião um dos focos mais importantes... Laços de amizade... Tudo gira em torno do personagem Crono, um rapaz silencioso e heroico que decide salvar o mundo depois de descobrir que este seria destruído por uma criatura cósmica chamada Lavos e ao seu lado estão seus fieis companheiros:

Marle: Filha do Rei de Guardia do ano 1000 DC, seu nome verdadeiro é Nádia.

Lucca: Melhor amiga de Crono e inventora, foi ela que criou a maquina que desencadeou o evento de viagem no tempo.

Frog: Grande guerreiro e herói do período de 600DC, amaldiçoado por um feiticeiro chamado Magus, tem a aparência de um sapo

Robo: Um autômato que veio do ano de 2300DC, período pós apocalíptico do jogo. Foi concertado por Lucca.

Ayla:
Uma mulher pré histórica que se afeiçoa a Crono e companhia e decide ajudar a combater Lavos o monstro causador do Apocalipse.

Magus ou Janus
Um homem misterioso e mago poderoso, líder dos místicos, é um personagem opcional com um passado obscuro, é o responsável pela maldição de Frog.

São Sete personagens sendo um secreto que juntos, vão viver uma aventura única e especial através das eras, buscando derrotar a terrível criatura espacial Lavos evitando assim a destruição do planeta.

Assim como em muitos RPGS, a história começa de maneira simples, a mãe de Crono o acorda pela manhã e o lembra sobre a feira do milênio, evento que ocorre na praça da cidade e avisa que a sua melhor amiga Lucca o espera para mostrar sua ultima invenção. Este inicio já é o suficiente para mostrar ao jogador a qualidade do game, uma animação fluida de movimento e belos gráficos para a época que me atrevo a dizer que ainda são muito bonitos hoje... É incrível notar o cabelo do personagem principal se mexendo enquanto ele anda. Ou como ele pode abrir e fechar a cortina da janela, impedindo a passagem de luz, a trilha sonora é pacifica e pontua muito bem esses momentos de tranquilidade. Ao sair de casa, nós temos o mapa mundo para explorar, podemos ir diretamente para a feira e dar seguimento a história, ou explorar a região, uma liberdade muito bem vinda. Na feira temos a possibilidade de participar de muitas atividades divertidas, realmente passar o tempo e nisso é quando ocorre o encontro com Marle a misteriosa garota que depois descobrimos que é na verdade a princesa Nadia de Guardia, nome do reino onde Crono vive. A jovem moça tromba com o personagem e perde seu pingente o qual ajudamos a recuperar e a partir dai ambos começam à andar juntos pela feira, Marle é uma personagem bastante carismática, ela é alegre, espontânea, interage bastante com Crono, um pouco inocente a respeito das coisas do mundo, quando finalmente encontram Lucca, ela está fazendo uma exibição de sua nova invenção, uma maquina de teletransporte, ela convida Crono a testar e este é transportado de uma capsula a outra, porem quando Marle pede para ir, algo acontece, o seu pingente entra em algum tipo de ressonância com a maquina e abre uma passagem no ar, uma espécie de ruptura que suga a jovem, porem o pingente fica para trás. Crono decide ir atrás da garota para salva-la e Lucca se compromete a ir assim que resolver alguns problemas pendentes. Crono veste o pingente de Marle e Lucca aciona a maquina abrindo outro portal pelo qual Crono também é sugado, ele chega a uma região estranha e logo descobre que está no Reino de Guardia só que no ano 600DC, ele havia viajado no tempo. A partir daqui várias coisas acontecem com o nosso herói em sua jornada de resgate a Marle... Lucca se une ao grupo... E em determinado momento um novo personagem é apresentado, Frog, um grande guerreiro amaldiçoado com a forma de um sapo, nesse momento descobrimos um aspecto interessante da personalidade de Lucca, ela tem medo de sapos, são esses pequenos detalhes que enriquecem a narrativa e elevam Chrono Trigger ao patamar que está hoje. São esses cuidados que o tornam um jogo único, digno de ser lembrado pelos tempos.

Um outro aspecto que fez história em Chrono Trigger é sem dúvida o seu sistema de batalha, que assim como muitos outros títulos é por turnos, porém este faz uso da barra de ATB (Active Time Battle) que consiste em uma barra que se preenche de acordo com a agilidade do personagem e quando esta se completa o permite realizar uma ação, porem não é isto que se destaca em Chrono, as batalhas com os inimigos não possuem transição de tela para um modo arena, e nem reposicionamento de personagens, tudo acontece na tela principal do game, no próprio mapa, o que nos leva a crer que todos os encontros de Chrono Trigger fora cuidadosamente planejados e pensados, pois usando esse sistema seria impensável qualquer tipo de aleatoriedade nos encontros, o que poderia ocasionar algum tipo de bug, uma das coisas que eu lamento é que em Chrono Cross esse sistema não foi utilizado, existem os inimigos no mapa, porem ao toca-los ocorre um transição para uma arena de combate. O jogo usa sistema de evolução por nível e evolução por pontos de técnicas para liberar novas magias e habilidades para os personagens. Um outro aspecto inovador é a combinação de ataques em duplas e até mesmo em trios, com lindos efeitos gráficos e de iluminação, os grupos de Chrono Trigger só podem contar com três membros, os quais você tem a liberdade de montar de acordo com seu estilo de jogo, trazendo uma característica estratégica para a gameplay. É uma dinâmica que não enjoa ou se torna maçante, os combates são muito divertidos e os monstros possuem um design agradável e interessante, os chefões são únicos e memoráveis.

Um jogo que se consagrou em seu lançamento, ovacionado pela critica especializada e amado pelos jogadores do mundo inteiro, um design impecável, um gameplay respeitável, uma história rica e envolvente, personagens e vilões marcantes... Mas talvez por uma pura ironia do destino, havia uma crítica... Chrono Trigger foi considerado curto para os padrões dos RPG japoneses, com em torno de umas 25h de duração, foi a única critica feita a ele, mas na minha opinião... Eu acho que está perfeito, o jogo não enrola e não se estende de maneira excessiva como em vários outros títulos, a história não me parece apressada e o desenvolvimento de cada personagem é feito com maestria.

Temos aqui um jogo impecável, com uma trilha sonora memorável, pra mim... Chrono Trigger é um jogo perfeito, que venceu as provas do tempo e se mantem relevante até hoje. Nestes 25 anos deste jogo maravilhoso recomendo que todos aqueles que não tiveram oportunidade de testar, que o façam, em qualquer uma das plataformas disponíveis, será uma experiência única e tenho certeza que irá atravessar o tempo em direção a eternidade.